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Neurociência na Sala de Aula

Neurociência na sala de aula

Neurociência na Sala de Aula: Entenda como conhecimento neurocientífico complementa a prática docente.

Na medida que a tecnologia avança a medicina dá largos passos. Entender o cérebro é um desafio da ciência, pois é um órgão complexo, um verdadeiro mistério do corpo humano. Mas o que tem a ver neurociência e sala de aula? O professor agora precisa ser médico? Calma!

Leia este artigo até o final e compreenda essa relação entre Neurociência e sala de aula.

O conhecimento neurocientífico complementa o trabalho docente e pode tornar-se um facilitador da aprendizagem. Quer saber mais? Então leia e confira!

Neurociência: o que é e como pode ser aplicada na sala de aula

Neurociência é o estudo científico do nosso sistema nervoso central do qual faz parte:

  • O cérebro;
  • A medula espinhal; e
  • Os nervos periféricos.

O que nos interessa enquanto educadores é a parte que se direciona ao cérebro, pois esse estudo vai desvendar um grande mistério: como se aprende? A resposta a essa pergunta tem tudo a ver com a educação.

Se nós enquanto professores compreendemos como as nossas crianças aprendem, consequentemente, vamos saber como ensinar de forma eficaz para favorecer o processo de aprendizagem.

A pedagogia se apoia em ciências tais como:

  • Psicologia,
  • Sociologia,
  • Filosofia, entre outras.

Isso ocorre num processo chamado de transdisciplinaridade, onde se busca o diálogo com outras áreas de conhecimento para se estudar um determinado fenômeno. No caso da relação da neurociência e da pedagogia busca-se estreitar a temática sobre a aprendizagem.

Isto significa que esses estudos podem ser aplicados na sala de aula na medida que se compreende os processos mentais da criança para promover um ensino que atenda às suas necessidades.

Nosso cérebro possui diferentes áreas, com funções distintas, que nos ajudam a pensar, nos comunicar, a sermos criativos, a termos um raciocínio lógico, dentre tantas possibilidades.

Por isso se o professor entender como essas áreas funcionam poderá contribuir com atividades adequadas através de estímulos para o desenvolvimento cognitivo, da atenção, percepção, memória. Além da afetividade, da motivação e muito mais.

A importância da neurociência na educação

A pedagogia passa a buscar referências em outros campos do conhecimento para entender a complexidade do fenômeno educativo, dado que há fatores externos e internos nas instituições que interferem no processo de ensino-aprendizagem, aliado ao fato de que este acontece também fora do espaço escolar.

A importância da neurociencia para a educação ganha hoje um significado muito abrangente, pois traz respostas significativas que contribuem para a melhoria da qualificação docente que se manifestará num ensino de qualidade.

A importância da neurociência para a educação: Combate aos neuromitos!

A neurociência combate os neuromitos, a fake news da ciência, que chega até nós como se fosse verdade. Todos já ouviram falar que nós usamos apenas 10% de nosso cérebro. Lembram do Filme Lucy? Ela é uma humana que vai atingir 100% do uso do cérebro. Certamente todos nós fazemos isso! Usamos todas as áreas cerebrais, só que não ao mesmo tempo. Se alguém está sentado escrevendo, obviamente a área ligada ao movimento como correr está inativa.

Observe o Trailer legendado completo do filme Lucy:

Não há como ativar todas as áreas do cérebro ao mesmo tempo, pois elas são responsáveis por diferentes atividades. É interessante que esse órgão que pesa em média 1,5 quilos, consome 20% de toda energia do nosso corpo. Ou seja, na medida que fazemos nossas atividades no dia a dia vamos ativando as deferentes partes.

Outra questão importante é o neuromito que enfatiza que se deve aprender outro idioma quando se é criança. Os neurocientistas nos falam da plasticidade cerebral que é a capacidade de aprender durante toda a vida, ou seja, independente da idade. Aprender outro idioma é possível em qualquer fase, pois estimula a conexão de novas sinapses, o que o que gera novas aprendizagens até o último instante de vida.

Essas informações são relevantes, pois enquanto educadores podemos entender que nossos alunos tem infinito potencial a serem explorados se estimulados da forma correta.

Neurociência na sala de aula

A Neurociência na sala de aula é de grande ajuda para o professor, pois a partir desses conhecimentos ele mudará sua postura e vai utilizar ações simples, mas com significativo impacto.

Possuímos os neurônios espelhos que nos possibilita aprender por imitação. Se uma professora chega bem humorada na sala de aula cumprimentando seus alunos, obviamente que a turma percebe sua energia positiva e se empolga com ela. Mas se ela chega mal humorada, isso também será sentido e reproduzido pela turma.

Há uma parte no nosso cérebro chamado de Sistema Límbico. Nessa região nossas emoções conduzem nossas ações. Francisco Mora (2017) explica que só se pode aprender aquilo que se ama. Afirma que a aprendizagem está associada as emoções e nos alerta em entrevista, que somos o que a educação faz de nós.

Veja a entrevista:

Mas, porque meus alunos não prestam atenção nas aulas?

Até mesmo os adultos se distraem, imagina as crianças! Isso acontece porque nosso cérebro tem um tempo de concentração e para prender a atenção no conteúdo precisamos:

  • Fazer pequenas pausas,
  • Apresentar uma imagem,
  • Assistir a um vídeo, ou mesmo contando uma piada.

Falar 50 minutos sem parar é pedir demais aos nossos estudantes.

Além disso, o professor percebe que ele explica e depois os alunos esquecem o conteúdo. Isso ocorre porque nós temos diferentes tipos de memórias. Para fixar um conteúdo é preciso mais do que decorar. A memória curta em poucos dias vai descartar a informação, pois entende que a mesma não tem serventia.

O segredo está em trabalhar com informações que façam sentido para o aluno. Ele precisa se emocionar para aprender, ou seja, ele precisa estar motivado, curioso e engajado no processo.

Assim, a neurociência pode ajudar a melhorar o desempenho na sala de aula.

Quer entender mais como ensinar através de uma Educação significativa, então confira As Metodologias Ativas na Educação.

Neuroeducação

Neuroeducação é um estudo que integra a neurociência, psicologia e pedagogia com o objetivo de melhorar o sistema de ensino, preparando professores para um novo modelo de aula.

Em 2011, Gardner, no Programa Fronteiras do Pensamento da UFRGS disse que um dia os alunos vão chegar na sala de aula com uma ressonância magnética do seu cérebro e o professor irá analisá-lo para então traçar as metodologias de ensino. Ele não quis dizer com isso que o professor terá que ser neurocientista, mas que o conhecimento sobre como o cérebro aprende será o diferencial do professor.

Confira o vídeo:

Francisco Mora fala em neuroeducador, um profissional que é da área de educação com conhecimento em neurociência, que saiba olhar o aluno e entender suas dificuldades de aprendizagem, mas não só isso, que conheça também os processos cognitivos superiores e, assim, torne-se capaz de preparar aulas significativas.

Há diversos cursos de especializações em neurociência em diferentes instituições. Entretanto, há muitos vídeos disponíveis na internet que auxiliem no aprofundamento desse estudo.

O livro “Neurociência e Educação: como o cérebro aprende” é um excelente material introdutório que ajuda a docentes de todos os segmentos da Educação Básica entender sobre o funcionamento do cérebro e a aprendizagem.

O professor tem a missão de estar sempre ampliando seus conhecimentos e melhorando o ensino, reorganizando seu material de aula, reavaliando suas posturas e disposto a acompanhar o movimento do mundo que está além dos muros da escola.

Além de professor, você também pode ser agora um neuroeducador. Pense nisso!

Conclusão

A neurociência traz respostas para muitos problemas que acontecem no dia a dia da sala de aula e isso é inquestionável. Infelizmente os docentes só tem acesso a esse estudo na pós-graduação ou sendo autodidata. A matriz curricular da graduação em Pedagogia ainda não possui disciplinas com essa temática. É lamentável, pois é esse profissional, o pedagogo, muitas vezes, sem especializações é quem enfrenta as dificuldades no ambiente escolar todos os dias.

Entretanto sabemos que a formação docente é contínua, pois há sempre atualizações que precisam ser estudadas para que o professor acompanhe o ritmo das mudanças, por isso, especializar-se é desejável.

A sala de aula ganha um novo recurso, um olhar para as individualizações, pois a neurociência nos mostra que acima de tudo somos seres biológicos em diferentes estágios de maturação, com fases que precisam ser respeitadas. Desse modo, o que faz bem para um não necessariamente fará bem ao outro.

Somos um conjunto de sinapses que reativos as sensações e emoções nos expressamos das mais diversas maneiras. Daí entendemos que nossas crianças precisam de estímulos. Os neurocientistas apontam que temos hormônios da felicidade. Em seu livro ” A alegria de ensinar”, Rubem Alves já dizia que o trabalho realizado na sala de aula tem que dar prazer, ao professor e ao aluno.

A neurociência assina embaixo!